quarta-feira, 17 de julho de 2013

SIGA O ENTERRO

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Vasco Graça Moura (VGM) escreve hoje no DN sobre a decisão do Presidente da República para resolver a crise política mais recente, e digo mais recente porque é a enésima crise política desde 25 de Abril de 1974, sendo o estado de crise política o normal em Portugal desde então. Considera VGM que o Presidente terá decidido da melhor forma, dado o panorama financeiro que ocorrerá em 2014, quando Portugal tiver de começar a pagar dívidas anteriores, incluindo as contraídas com a troika (ver o artigo do Professor João Duque aqui). E termina assim VGM:

[...] É por isso que os riscos corridos pelo Presidente são contrabalançados por este outro facto: se o desfecho da situação portuguesa, em caso de não entendimento entre os três partidos interpelados, for mais um desastre que vá muito além de todas as previsões possíveis e imagináveis, a responsabilidade assumida por esses três partidos colocá-los-á e colocar-nos-á num beco sem saída.

Isto é, VGM admite que os partidos são capazes, por uma vez e sem exemplo, de abdicar do habitual comportamento egocêntrico, no interesse nacional. VGM é um homem experiente e inteligente e custa a perceber como acredita em tal. Antevê-se é uma guerra de jogos florais em que cada um procurará obter o máximo de vantagens para a sua cor e, se no fim der tudo em águas de bacalhau, cada um irá apontar o dedo aos outros, à medida que a embarcação vai a pique. Nessa altura, o povão é que se lixa—com efe maiúsculo, acrescente-se.
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